Meu tataravô Antônio era vaqueiro na Fazenda Juazeiro, situada em Cansanção, não sei exatamente pra que lado.
Como parte de suas atribuições, deu fé da falta de uma ou outra rés no rebanho de dias em dias. Onde estaria parando esse gado?
Provavelmente havia algum ladrão por ali que ainda não identificara! O jeito era atocaiar, ficar em alguma capoeira esperando o danado dar às caras.
Se indumentou com gibão, perneiras, chapéu, armou-se com facão e peixeira, armou seu filho mais velho, José e carregou Borges, ainda menino pequeno com uns seis anos de idade - que era pra modo de aprender ofício!
Quando o sol já ia caindo ouviu-se o mugido de uma rés, um berro, um gemido, como quem pedia socorro. O vaqueiro Antônio atalhou com seu cavalo e viu o assalto!
Mas não tinha homem pegando a rés, era uma danada de uma onça parda grudada no pescoço da bichinha, uma Suçuarana. Borges se segurou nas calças de José, teve medo e chorou, as pernas balançaram, José apertou sua mão.
Antônio pulou do cavalo com o facão na mão, partindo pra riba da bichona!
A onça largou o pescoço da rés e correu na direção de Antônio. Deu o bote! Pulou no pescoço do vaqueiro, mas seu bucho encontrou o facão afiado antes que seus dentes achassem pedaço de carne de gente! Antônio terminou de matar a bicha na unha e a carregou com ajuda dos filhos. Antônio viveu até conhecer seus bisnetos, entre eles Marluce minha mãe. José cresceu, casou, teve filhos mas morreu aos trinta e poucos por conta de uma pneumonia; Borges depois de enxugar as lágrimas e de ter crescido, e de ter casado com Emília - ficou sendo avô de minha mãe, paizinho de todos nós - e ele mesmo me contou essa história, com "H" mesmo que ele não inventa, e até hoje vive em Cansanção na casa de tia Maria.
Se indumentou com gibão, perneiras, chapéu, armou-se com facão e peixeira, armou seu filho mais velho, José e carregou Borges, ainda menino pequeno com uns seis anos de idade - que era pra modo de aprender ofício!
Quando o sol já ia caindo ouviu-se o mugido de uma rés, um berro, um gemido, como quem pedia socorro. O vaqueiro Antônio atalhou com seu cavalo e viu o assalto!
Mas não tinha homem pegando a rés, era uma danada de uma onça parda grudada no pescoço da bichinha, uma Suçuarana. Borges se segurou nas calças de José, teve medo e chorou, as pernas balançaram, José apertou sua mão.
Antônio pulou do cavalo com o facão na mão, partindo pra riba da bichona!
A onça largou o pescoço da rés e correu na direção de Antônio. Deu o bote! Pulou no pescoço do vaqueiro, mas seu bucho encontrou o facão afiado antes que seus dentes achassem pedaço de carne de gente! Antônio terminou de matar a bicha na unha e a carregou com ajuda dos filhos. Antônio viveu até conhecer seus bisnetos, entre eles Marluce minha mãe. José cresceu, casou, teve filhos mas morreu aos trinta e poucos por conta de uma pneumonia; Borges depois de enxugar as lágrimas e de ter crescido, e de ter casado com Emília - ficou sendo avô de minha mãe, paizinho de todos nós - e ele mesmo me contou essa história, com "H" mesmo que ele não inventa, e até hoje vive em Cansanção na casa de tia Maria.
Um comentário:
Bom texto... sindrome de guimaraes rosa?! Ta parecido... escrever tem q ser de dentro, faca do SEU jeito!
(desculpe a falta de acentos, mas mac e iexplorer nao se dao mto bem)
Postar um comentário