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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Presente de aniversário


Eram doces tempos aqueles tão duros e secos. Papai não tinha emprego certo, difícil se empregar naquela cidade, mas vez ou outra, com sorte muita, aparecia algum bico para completar a féria que a mãe recebia da prefeitura, funcionária pública dedicada. Naqule dia apareceu uma oportunidade bem boazinha: ajudar a descarregar um caminhão, uma carreta invocada, toda trucada, que trouxera mantimentos ao armazém. Descarregando aqueles sacos todos ganhava-se algum dinheiro para comprar meia-feira.
Era aniversário do Papai. Nina era muito pequena e não sabia de nada, mas Nino já sabia que data tão especial tinha chegado, combinou com Mamãe de darem um presente para ele.
Naquele ano o presente era um par de meias daquelas baratas mas eram bonitas e supimpas. Mamãe trouxe um papel colorido bem lindo e dividiu em dois pacotinhos, em cada um colocou um pé-de-meia –  cada  filho queria dar seu próprio presente.
Papai chegou cansado, suado, olhando pra baixo. Abriu a porta. Surpresa! Na sua perna direita pendurou-se Nino, na perna esquerda, Nina, esticando seus bracinhos pra entregar seus presentes. Papai nós te amamos, feliz aniversário!
Ele abriu os pacotinhos, sorriu, chorou e sorriu. Nunca na vida ganhara um presente tão bonito.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sangue

Tio Dito não deixava de ser presepeiro, bebia cachaça e ficava xarope. Toda feira tinha uma novidade. Dia desses comeu na barraca de uma mulher, repetiu, quando foi cobrado inventou que era vereador e que não ia pagar nada, levantou e deixou a coitada no prejuízo. Outra vez levou um revólver de brinquedo, comeu um sarapatel na hora de acertar a conta apresentou o brinquedo engatilhado: o pagamento é com isto!  
- Não me mate pelo amor de Deus, fica de graça para o senhor.
- Brigado, dessa vez passa.
Com a barriga farta foi beber no bar do Cigano, e esse povo sabe ser brabo quando mexem com um deles.  Bebeu uma, duas, três branquinhas. Reapresentou a arma: Vou pagar mas é com isto! O Cigano pegou uma arma de vera e botou na testa dele.
- Você quer morrer agora ou mais tarde?
Dito dá uma risada mostra as gengivas carecas -   estou brincando meu amigo, toma aqui seu pagamento, nóis semo amigo há tantos tempos, escapou bufando.
Na derradeira, chegou na barraca do filho do Pernambucano, pegou um chapéu, botou na cabeça e foi saindo como quem não queria nada. O cabra ficou azedo puxou ele pelo pescoço.  Tomou o chapéu. Dito  ainda disse uns desaforos que ninguém que testemunhou teve coragem de relatar. Parece que chamou a mãe do homem de cachorra. Sei que o homem comeu ele no sopapo.
Na hora da surra o primo Ivaldo ia passando tomou as dores de nosso tio. Podia não valer nada, mas quem quer ver o seu sangue apanhando na praça? Que está acontecendo aqui? Antes de ser respondido moeu o cabra no murro, foi surra que saiu suado, puxou Tio Dito pelos colarinhos, deixou ele em casa para modo de não criar mais confusão.
Antes do sol cair a cidade já estava cheia que Ivaldo era um homem morto. A família dos Pernambucos já tinha se armado para vingar a surra e a humilhação sofrida. Cabra não apanha na cara.
Antes da peixeira entrar em seu bucho Ivaldo se escondeu na roça. Depois se picou aqui pra casa e se acoitou até dia desses. Filhos pra criar... foi tomar as dores de Tio Dito! Mas o filho do Pernambucano estava errado também ao bater num coitado desses.
Todo mundo sabia que nossa raça estava jurada. Se não pegassem o primo Ivaldo ia começar a guerra dos Pernembucos com nossa gente, mas no meio dos nossos não tem mais feroz do que Zenildo.
Zenildo foi sozinho na casa do velho Pernambucano, tirou a cinta e deixou as armas no batente entrou sem nadinha. Não é um cabra mesmo?!
- Licença seu Pernambucano, a bença.
- Deus lhe abençoe.
- Eu vim tratar com o senhor porque seu fio jurou de matar meu primo.
 Vão chegando os filhos todos do Pernambucano, armados: um com peixeira, outro com carabina, outro com uma cartucheira. Zenildo desvalido na sala da casa.
- Que é que você quer, Zenildo? Tá querendo se juntar com seu primo?   É certo que nóis vai sangrar o Ivaldo. Parente meu não apanha na cara.
-  O senhor, seu Pernambucano,  sabe que seu fio não tem razão. Nosso tio é presepero mas é um velho coitado. Precisava seu fio dar uma surra nele? Meu primo tomou as dores do mesmo jeito que vocês tão tomando, que ninguém gosta de ver um seu apanhando na rua.
- O jeito é alimpar com sangue.
- Mas nóis não sangremos seu fio, e foi ele quem começou a peleja.
Os homens vão chegando perto, tem revolver engatilhado, carabina apontada, clec-clec, Zenildo de costas pra eles, de frente pro velho.
- Você não está se achando muito valente seu cabra?  Se crescendo no meio da sala de minha casa, aqui somos mais de dez e você é um?
Zenildo mira os olhos do velho com o olho de nem-sei-o-quê.
- Olhe seu Pernambucano, com todo o respeito, aqui nessa terra os de sua gente se contam aos dez e os nossos se contam aos mil. Se me matarem agora ou matarem meu primo não sobra um de sua raça pra contar história.
- Fio!
Chega em frente de Zenildo o filho que apanhou de Ivaldo, peixeira empunhada.
- Fio, aperte a mão de Zenildo! Sujeito homem como ele não é pra morrer sangrando em minha casa e você foi errado. Tá empatado.
 Com o olho cheio de lágrimas que não deixou escorrer o filho do Pernambucano pegou a peixeira com raiva, enfiou com toda a força na tábua da mesa. Apertou a mão de Zenildo.
Briga ficou mesmo foi pra quem não sabe fazer a paz.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Mãe Justina se despede de Lelinho

Lelinho meu filho querido espere um pouco que vou buscar uma coisa pra você levar consigo essa blusa de veludo que está aqui é pra você não passar frio na viagem nem lá na Metrópole lá faz frio de doer as juntas e a mãe não quer que você sofra nunca quis eu amo você de um jeito que acho que não amei nenhum dos filhos que pari Deus-os-livre de ouvir uma conversa dessas ainda lembro do dia em que você nasceu sua mãe era uma menina havia poucos tempos que tinha se engraçado pelo seu pai era um ronco aqueles dois que eu e seu avô apressamos o casamento ainda bem que fizemos assim que não demorou um nada pra você chegar no mundo era magrelinho feio que nem um caburé de buraco e sua mãe não dava o peito direito por que queria ficar com os peitos duros feito moça eu ralhava com ela mas pisa não podia dar mais que já era mulher casada e mãe quando você não tinha nem um ano nasceu sua irmã essa era uma belezinha gorducha que só ela você ficava admirando ela e querendo brincar você queria um bem danado a ela mas na primeira disenteria que teve sua mãe não soube cuidar deu leite cru pra bichinha e terminou de matar ela foi mesmo sua mãe terminou de matar sua irmã e foi por isso que eu trouxe você pra se criar comigo quem já tinha criado seis filhos próprios contando com a irresponsável de sua mãe e outros tantos das raparigas que seu avô arrumou por aí bem podia criar mais um meus outros filhos já tinham se criado e caído no mundo minha casa estava vazia e você danadinho com esse seu jeito arteiro danado que só um gato do mato tomou o lugar na minha casa e no meu coração tão pequeno aprendeu a me chamar de mãe logo cedo por derradeiro aprendeu a conhecer sua mãe de sangue chegou aqui magrelo só bebia garapa na casa de sua mãe que não lhe preparava um mingau criei você com tudo de bom que tive ao meu alcance até fui muito mole com você às vezes devia ter sido mais severa quando você pulava o muro da escola pra ir jogar baralho com os moleques mas você com essa sua risadinha sem vergonha seu Lelinho sempre me deixou desarmada minha maior alegria foi ter podido te dar sua bicicleta nunca pude dar um brinquedo a meus filhos mas a você consegui dar e você ficava em riba dela o dia todinho até de noite mostrando os dentes por aí sabe que eu ficava muito alegre por dentro também de ver sua risada só não ria por que as amarguras da vida as outras coisas já secaram meus sorrisos e minhas lágrimas agora você está aí para sair de casa saindo do ninho pra ir pra cidade grande ir buscar seu destino fica o mesmo vazio na casa e na minha vida de antes de você chegar seu danado leve essa blusa de veludo pra você se esquentar e leve no seu coração as coisas que essa velha mãe Justina tentou ensinar Lelinho não se misture com pessoas ruins que você é inocente demais ameninado você sabe que quem anda com porcos farelo come siga sua consciência se algum amigo chamar você para fazer coisas erradas lembre de que ele não é seu amigo saia dele pegue seu rumo e não pule os muros nem da escola nem do trabalho é tempo de você ser um homem de responsabilidade vá com Deus meu filho que Ele livre você dos maus caminhos das más companhias e de todo tipo de sofrimento que Deus lhe abençoe volte aqui dê mais um abraço quero sentir seu abraço filho que sua mãe velha não sabe se vê você ainda quem sabe no dia em que você voltar eu já não esteja mais viva quem sabe abraço quente demorado apertado apartado.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O doidinho Bibi



De manhã na praça da Cidade Pequena todos os dias aparecia nosso amigo Bibi, o doidinho, querido que só ele pelo povo todo, tomava café com leite e bolo de leite na padaria, recebia o seu desjejum pela graça de seus olhos, com o mesmo afeto que distribuía.
Vinha de longe dirigindo seu carro invisível, pilotando-o a partir de uma tampa circular de qualquer lata ordinária, seu volante. Os barulhos do carro ele fazia com os beiços estremecendo: vrum, vrum, vrum, ahnnnnn: freou. Girava a tampa de um lado a outro, manobrando seu belo carro de ré, e ainda puxava o freio-de-mão: creequeee..
Bom dia Bibi, bom dia, não dizia coisa com coisa, mas cativava com seu sorriso banguela e sua inocência de menino vista nos olhos entre couro duro e enrugado pelos sóis a fio.
Dia desses o irmão de Bibi foi para a Grande Cidade, resolveu levar Bibi para companhia, iam visitar um compadre velho. Depois de quase três dias de estrada que parecia não ter fim chegaram à rodoviária. Era gente! Bibi nunca vira tanta gente assim, nem escada que anda sozinha, nem aquele trem esquisito que fala sozinho e anda debaixo do chão, coisa de gente maluca, crê-em-Deus-pai!
No meio da Grande Cidade havia um enxame de gente, era lugar de sair de um e pegar outro trem desses esquisitos mesmo, ali Bibi viu passar um palhaço e resolveu segui-lo. Saiu da estação numa grande praça em frente a uma gigantesca catedral, o palhaço sumiu no meio da multidão. Por ali tinha era doido! Uma cidade de doidinhos. Falava com eles do seu jeito e eles respondiam com mais doidices.
Com sede por tantas novidades procurou pelo chão até que achou uma tampa de lata, arranjara seu carro perfeito para conhecer esse novo mundo.
Viu arranha-céus, viadutos, fome. Chegou a uma padaria como de costume, extraordinariamente não ganhou nadinha, mostrou seu sorriso banguela, levou um chute na anca seca, vai trabalhar, vagabundo!
Conheceu arranha-céus, viadutos, fome, chutes, tuberculose, cacetetes de gentis policiais no exercício de defesa de pessoas de bem sendo atormentadas por um doido qualquer, pedras inflamáveis que viravam fumaça e faziam sumir a fome e anestesiavam, já tinha uma saudade louca da Pequena Cidade, mas e o caminho?
Um dia desses foi levado a uma comunidade para ser tratado dessas doidices e da vagabundagem, isolado do mundo, de tudo, tivesse mais fé não estaria em situação tão degradante. Lá conheceu as grades, tomaram seu carro, deram-lhe pílulas mágicas, mas não sumia o vazio.
Cessado o contrato com o Estado, considerado irrecuperável, retornou às ruas, reencontrou seus amigos doidos, achou outro volante formidável, e saiu com seu carro a desbravar o mundo. Vrum, vrum, vrum.
Quis a sorte que um velho amigo da Cidade Pequena o tivesse visto pilotando seu veículo pelas ruas, entre molambos, magro como um cão sarnento, era gente? Só podia ser Bibi!
Foi velho amigo quem levou Bibi, o doidinho de volta para casa. Aliás, ouçam bem o barulho de seu carro possante, certamente é ele, nest´ante virará a esquina mostrando as gengivas. Olha meu carro? Olho Bibi, com muito gosto. Toma seu café e aproveita seu bolo, poucas das coisas doces que há nesse mundão tão amargo.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Como se fosse da família


- Eu vi suas trouxas arrumadas lá na cozinha. Posso saber de que se trata?
- Eu vou me embora pra São Paulo mais meu amor e vai ser para a semana.
- Como é que é?
- Isso mesmo, Dona. Semana que vem me pico daqui. Sabe, descobri dia desses que vou ter um menino. Meu amor tem emprego apalavrado em São Paulo, tudo certinho. E isso aqui não é vida para mim mais não.
- Não acredito. Você é uma ingrata mesmo. Ingrata!
- Que?
- Olhe, Fulana, fui em quem acabou de lhe criar. Quando eu lhe trouxe aqui para casa você tinha nove anos. Peguei você na casa de seu pai no meio daquela miséria, quase morta de fome e lhe abriguei em meu lar. Dei comida, dei tudo. Não fosse por mim uma hora dessas você já teria morrido de fome por esse mundo. Mas é assim. Mulher de sua laia não pode ver homem. Do primeiro que achou já arranjou barriga. Nunca deixou de ser gentinha.
- Dona, não me trate desse jeito que não lhe dei ousadia!
- Ousadia? Quem é você para falar em ousadia comigo, sua sirigaita! Pensa que não sei que você e meu menino se atracavam feito bichos do mato quando eu e meu marido íamos dormir. Sempre desfrutável.
- Quer dizer que a Dona sabia e nunca fez nada? Eu era menina-moça , foi ele que foi mexer comigo. Eu tinha onze anos, nem regra eu tinha.
- Você deu o que deu porque quis.
- Ele me adulava com os doces e as comidas boas que só ele podia comer, me prometia que ia fazer um negócio que não doía e eu não podia contar pra ninguém. Eu não sabia nem o que era isso. Ele ia me bolinar lá no meu quartinho.
- Ele era um menino.
- Ele já era de maior, tinha bem uns vinte.
- Você sempre foi oferecida. Ficava limpando o chão de roupinha curta se insinuando.
- Eu não sabia nem o que era aquilo!
- Lembro do tempo que vocês ficavam de segredinhos pela casa? Você olhava para ele com o olhar todo enviesado  na hora de servir o jantar.
- Uma hora me apaixonei por ele, quando entendi o que a gente fazia. Já tinha uns quinze anos. Eu quis ele pra mim.
- O que? Você enlouqueceu? Querer meu filho pra você?
- Era ele quem me procurava.
- Procurava para saciar suas necessidades de homem. Isso é normal, eles vão com o que acham. Mas você não ia casar com meu filho nunca, não se enxerga?
- Que é que tem?
- Você é uma nigrinha do meio do mato, morta de fome, entregou-se de qualquer jeito feito uma cadela de rua. Você era a diversão dele, serviria no máximo para rapariga. Não viu a moça que casou com ele? Alva, linda, filha do maior comerciante da região. Você se compara?
- A Dona não me trate assim que eu não lhe devo nada, não devo nada a ninguém dessa casa. E também tem é tempo que eu não quero saber de seu filho. A senhora sabe que meu coração já tem dono. E essa foi só mais uma das humilhações que passei nessa casa, mas é a última.
- Deve sim. Quando você chegou aqui era uma imprestável. Não sabia fazer nada. Para trabalhar era criança, para comer era uma onça! Eu ensinei como lavar e engomar uma roupa, a fazer comida a cuidar da casa. Você demorou uns dois anos para dar conta de suas obrigações.
- E a senhora não me pagava um centavo, não tem um ano que a senhora começou a me dar alguma coisa que não dá pra uma feira.
- Você ainda acha pouco? Não basta tudo o que fizemos por você? Aqui você recebeu do bom e do melhor, nunca foi empregada.
- Se eu não sou empregada o que é que eu sou então?
- Você, queridinha, é como se fosse da família.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O anjinho do Vendedor de Sonhos

Era quente a cidade no meio das brabas caatingas. Na terra seca os meninos-buchudos brincávamos de bola ou de fura-pé nas manhas. De repente quem aparecia? Para a nossa alegria, do meio da poeira surgia o Vendedor de Sonhos. Esse era um caboclo de cara rude e de poucos dentes que exibia em gestos tão doces como os sonhos docinhos que vendia.
Quando ele aparecia o jogo parava. Mãinha me dê dez cruzeiros: eu quero comprar um sonho!
Macio como um pedacinho de nuvem com gosto de felicidade de menino. Só unzinho para modo de não dar verme!
Um dia desses o Vendedor de Sonhos não apareceu. Cadê o homem? Hoje ele não ia distribuir sonhos, só lágrimas. 
Foi por causa da filhinha dele que virou anjo. Eita, eita. Juntamo-nos seus fregueses, uma procissão de meninos-buchudos e fomos à casa de nosso benfeitor, longe, pras bandas da rua de cima. Cuidado para não ficar impressionado, mãinha deixou.
Sala apertada. Era gente! Pessoas que adoçam as vidas alheias são queridas muito. As velhas com lenços nas cabeças cantavam cantigas bonitas, e o povo abraçava o Vendedor de Sonhos e uma mulher que eu não conhecia, pelo jeito de certo era a mamãe da menininha.
Num caixãozinho branco De olhinhos fechados, camisola branquinha e cabelinho cacheado jazia a filhinha de nosso amigo. En-ein! Tão bonitinha!  En-ein tão miudinha.
Isso é justo? Um Homem tão bom que só faz alegrar as crianças perder sua filhinha de morte-morrida?
Menino não conteste as vontades de Deus! Foi a avó da anjinha que me ensinou!
Nessas caatingas muitos nascem e poucos vingam. Quis Nosso Senhor que essa menina fosse em boa hora, quem morre antes dos sete tem pecado não, não conhece purgatório, vai direto pro Céu pr'on'ta Papai-do-Céu. Um anjinho que rogará por nós que continuamos nesse mundo cão sofrendo as dores da carne. E os castigos do Cabrunco!
Bom saber. Desculpe minha ignorância.
Abracei o vendedor de sonhos, deixei escorrer uma lágrima na sua camisa surrada e corri pra casa pra ninguém me ver chorando por causa de um anjo que foi para o Céu.