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domingo, 1 de julho de 2007

Getúlio Vargas e o Vô Dudu


Entre o final de década de 1930 e meados da década de 1940, o mundo vivia a segunda guerra mundial, em que o Nazifacismo ameaçou - principalmente a partir do império alemão, a "democracia representativa" ao oeste, e experiência Soviética à leste. O Brasil governado por Getúlio Vargas, através de seu "Estado Novo"- modelo totalitário, que flertava com o nazifacismo de certo.

A crise na produção industrial dos países centrais, envolvidos na guerra, propiciou o desenvolvimento da indústria brasileira de uma maneira que nosso país não experimentara até o momento, principalmente pela substituição das importações, Getúlio ainda vendeu aos Estados Unidos o seu apoio em troca da Companhia Siderúrgica Nacional.

O que meu avô Dudu tem a ver com isso?

Então, provavelmente durante esse período meu bisavô: Bevenuto Piauhy Salvador, conhecido por nós da família como vô Dudu, conheceu São Paulo. O crescimento econômico, e o ensaio de desenvolvimento do Capitalismo brasileiro, recrutou-o assim como a milhões de trabalhadores rurais.

Isso já fica subentendido pelo que já foi dito, e a única função do aparecimento desse meu parente é uma anedota que envolve seu retorno:


A viagem de trem de São Paulo à Bahia durava catorze dias, Dudu e os outros companheiros passavam os dias e noites olhando um para o outro nos vagões, transportados como carga - e de certa maneira, um operário não valia mais do que o conjunto de mercadorias, sua própria força de trabalho era uma mercadoria também.

Enquanto atravessavam os morros do Estado de Minas, Dudu abriu a porta do vagão, pulou e sumiu no meio da mata.

Janu, minha bisavó, chorou sua morte, e vestiu luto, e mandou rezar missas para sua alma.

Um dia estava com sua filha Ermina visitando Seu Belau, das Barrocas, conselheiro espiritual de nossa gente. Seu Belau pegou uma cuia com água e mandou Ermina olhar, e ela desmaiou ao mirar a cuia.

Ela jurou que avistara na água seu pai chegando no terreiro de sua casa, montado em um jegue!

Em menos de uma semana, nove meses após seu desaparecimento no "estado de Minas", seu Dudu apareceu, montado em um jegue, no terreiro de sua casa. Contou que "endoidara" no trem, e ouvira vozes que o mandaram pular.

Esse homem viveu até 1985 gozando de saúde e lucidez, em sua roça na Lagoa do Boi, e eu tive o prazer de tomar-lhe a bença e ir com ele à feira pra ouvir as estórias de seus amigos!

2 comentários:

Rodriggo França disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodriggo França disse...

Amigo,sou seu conterrâneo e acho seu blog maravilhoso. Oxalá todos soubessen valorizar a História de nossa cidade, e é lamentável que os cansançãoenses não se importem com sua própria isso. Acredito que um povo sem História, morre sem cultura.

Gostaria que você atualizasse seu blog com mais informações históricas da nossa querida cidade.